18 de abr. de 2010

A ordem das nações

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A ordem das nações

Então eu atordôo
esses senhores
e crio resistência
aos tantos medos.
Então eu tumultuo
suas nações
e torno os dias deles
mais azedos.
Então eu desacato
toda lei
que existe só
pra proteger o rei.
Devoro as maçãs
do paraíso
e desdentado mostro
a dor do riso.
Eu louvo as moscas
que ao raiar do dia
planejam retomar
a academia.
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Então eu volto e aplaudo
a marcha enorme
que surge enquanto
a cidade dorme.
E se levantam as moças
do mercado
que exibem sempre a cor
de seus pecados.
E o tempo que escorre
pelos muros
é o mesmo no passado
e no futuro.
Se nunca teve pressa
até agora
se rompe as noites
com sua flor de auroras.
Então eu volto e afogo
a dor da ordem
feito esses cães
que de repente mordem.

Um comentário:

Anônimo disse...

Álvaro, adoro teus poemas! São lindos! Parabéns!
Bj, Tê!