7 de jan. de 2012

De sonhos e de ventos



De sonhos e de ventos


Então redescubro
o tom libertário
dos ventos de outubro
(Lênin espalma a mão
e me acena).

Extra! extra! extra!
os jovens reinventam
la Sierra Maestra
(Ernesto então me olha
e gesticula).

Mas provo da água
que veio das matas
lá da Nicarágua
(Ortega ergue a cabeça
e me saúda).

E eu escuto tudo
todos os rumores
vindos de Canudos
(e Antonio Conselheiro
me abençoa).

Correm pelos ares
os sons dos tambores
que vêm de Palmares
(refúgio em que Zumbi
dança mais livre).


As pausas nos ensinam:
nem tudo é para sempre.

E no entanto os mestres
embora cansados
nos levam a crer:
os sonhos e os ventos
dominam as artes
de sobreviver.




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