29 de nov. de 2011

Homem na janela




Homem na janela


De sua janela um homem
espia a rua
brincam crianças ali.

Pequenos tumultos
se formam ao redor
e se dissipam ao longo do dia.

Sirenes ao longe
rompem o silêncio
do cair da tarde.

A TV ligada fala no incêndio
que consome a mata
e fala de futebol
com a mesma naturalidade.

De sua janela um homem
espia a lua
que surge em manchas e luz.

Tumultos vêm e vão
ao redor:
alguns borram fundo o cotidiano.

Berram sirenes agora
uivam na noite
– lobos de lata no asfalto.

A TV ligada fala de entrenimentos
e da bolsa – desvalores se multiplicam –
(como os negócios da morte
da fome e da guerra).

Por fim se aborrece o homem
já não pensa a cidade
e os seus labirintos.

Tão somente se aborrece
fecha sua cortina
já não olha a rua.

Vai começar o big-brother.



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