20 de set. de 2010

Sentido

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Sentido


Recolho aqui e acolá

pedaços, nacos, fragmentos

do que um dia fomos.

É um ofício que requer paciência.

Procuro juntá-los,

criar nexos, elos,

montar as peças.

É uma arte, e requer cuidados.

Apanho as partes,

viro-as do avesso,

troco-as de lado e lugar.

Tento entender seus mistérios.

Tiro conclusões:

ora acerto, ora erro,

relevo, volto atrás.

Talvez tudo seja tão mais simples.

Persigo pegadas,

pesquiso, mergulho,

repouso e torno a trilhar.

Somos nós na seiva da história.

Respiro fundo,

recobro a calma

e removo o pó dos tempos

na sede milenar

de um sentido pro viver.



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2 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Alvaro! Lindaço o poema!
Interessante porque, mesmo "voltando ao passado", tentando juntar os resquícios do tempo, o poema não tem aquele "saudosismo" tipicamente lusitano (choroso, choroso, rsrs!)!
Tá lindo, lindo, amado!
Bjuuu!
Tê!

Anônimo disse...

Alvaro, que lindo!!!
Quando li, tive a sensação de alguém que está em perdido num labirinto, que quer sair por aqui, por acolá, que não se encontra...
Mas não senti só "desespero" nessa busca: como tu mostraste no poema,essa busca requer paciência, calma, ...
Sempre, nos teus poemas, noto que há esperança, saídas. Legal isso!
Um Sr. Poeta!!!
Bjinho! Tê!