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Sentido
Recolho aqui e acolá
pedaços, nacos, fragmentos
do que um dia fomos.
É um ofício que requer paciência.
Procuro juntá-los,
criar nexos, elos,
montar as peças.
É uma arte, e requer cuidados.
Apanho as partes,
viro-as do avesso,
troco-as de lado e lugar.
Tento entender seus mistérios.
Tiro conclusões:
ora acerto, ora erro,
relevo, volto atrás.
Talvez tudo seja tão mais simples.
Persigo pegadas,
pesquiso, mergulho,
repouso e torno a trilhar.
Somos nós na seiva da história.
Respiro fundo,
recobro a calma
e removo o pó dos tempos
na sede milenar
de um sentido pro viver.
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2 comentários:
Oi, Alvaro! Lindaço o poema!
Interessante porque, mesmo "voltando ao passado", tentando juntar os resquícios do tempo, o poema não tem aquele "saudosismo" tipicamente lusitano (choroso, choroso, rsrs!)!
Tá lindo, lindo, amado!
Bjuuu!
Tê!
Alvaro, que lindo!!!
Quando li, tive a sensação de alguém que está em perdido num labirinto, que quer sair por aqui, por acolá, que não se encontra...
Mas não senti só "desespero" nessa busca: como tu mostraste no poema,essa busca requer paciência, calma, ...
Sempre, nos teus poemas, noto que há esperança, saídas. Legal isso!
Um Sr. Poeta!!!
Bjinho! Tê!
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